Sorte minha que nunca escrevi tão bem quanto você e quanto o resto do pessoal. Sorte minha que sempre me achei tão “pior” do que todos que me rodeavam naquela época – inclusive você. Sorte minha que me vi desmotivado a sequer continuar nesse caminho profissional e de vida. A mudança parecia uma derrota, mas em retrospecto foi só uma mudança mesmo. Positiva.
Vejo tantos amigos e ex-colegas do ofício da escrita sofrendo. Na melhor das hipóteses, dentre os que não foram fazer alguma outra coisa, estão ganhando dinheiro para escrever para o Google, para o Facebook, para o Instagram, para o YouTube, mas não para pessoas. Escrevem o que “funciona”, o caça-clique, correm atrás da métrica e não do impacto positivo. Não estão felizes. Na pior das hipóteses, estão simplesmente desempregados.
Não é de se admirar que um mundo que não valoriza mais a verdade tenha dificuldade em valorizar aqueles que se encarregam de expressá-la.
Uma vez, num dos meus piores momentos, você pôs a mão no meu ombro, me olhou quase como um pai frustrado olharia, e me deu um dos melhores conselhos que eu já recebi. Não sei se você lembra. Você disse, “Fabio, você fica pedindo conselhos e ajuda… mas você não faz nada com a ajuda que te dão. Você só espera o próximo momento de pedir ajuda. Você tem que tomar o controle da sua vida, cara.”
Esse conselho criou raízes em mim, e sou muito grato por ele. Espero que você consiga fazer o mesmo. Espero que você consiga tomar o controle da sua vida daqui em frente. Quanto eu fiz isso, em parte graças ao teu conselho, ela melhorou bastante.
Não sei se consigo te ajudar com algo prático, mas… se quiser, fala comigo. Talvez eu consiga.
E, no mínimo dos mínimos, eu consigo te dizer isso: eu te admiro, cara. Tu teve uma passagem importante pela minha vida. Depois de mim houveram outros, tenho certeza. Que continue havendo.
💪 🙏